domingo, 2 de março de 2008

Católicos evangélicos ou Evangélicos romanos?


...Tomara que foras frio ou quente! (Apocalipse 3.15)


Eu sou contra o ecumenismo inter-religioso e penso que a Igreja é imaculada, real e santa. Por outro lado, as estruturas que a detém se parecem cada vez mais com aquela da qual romperam um dia. Em tempos de visita papal ao nosso país, novamente fora feito um alarde sobre a perda de fiéis católicos para as igrejas evangélicas e muito se falou sobre os paradigmas defendidos por Bento XVI. Ainda que sob uma concepção deturpada do todo, estaria ele completamente errado no que defende (contra o aborto e o homossexualismo)? O crescimento numérico dos protestantes reflete de verdade uma distância entre a igreja evangélica (enquanto organização) e a igreja católica?

Pensemos juntos.

EXCOMUNHÃO

Artifício utilizado na denominação romana para punir aqueles que não se adequam à doutrina católica.

Recentemente um jovem pregador ministrou uma mensagem cujo tema foi pecado, justiça e juízo. Em nada se contrapôs com as pregações do seu pastor, apenas, abordou um outro assunto, diferente do habitual. Os jovens da congregação não gostaram e ligaram para o pastor em protesto. Este aconselhou o jovem a mudar seu estilo, a pregar sobre outras coisas, a escutar mais mensagens de A e B. Algumas mexidas aqui e ali e nosso jovem pregador foi posto de lado perdendo o comando da juventude. Colocaram outro em seu lugar...

Esta não é a história de Lutero, mas sim, fato verídico acontecido semanas atrás numa congregação protestante (?). Não seria isso uma excomunhão velada? Isso não é pecado?

Depois Amazias disse a Amós: —Fora daqui, seu profeta! Volte para a sua terra de Judá e ganhe a vida por lá com as suas profecias. Pare de profetizar aqui em Betel, pois este é o santuário onde o rei adora, este é o templo principal do país. (Amós 7.12-13, BLH)

Ao que parece, um costume antigo usado pela religião. Encontramos aqui, um ponto em comum, entre as denominações Romana e evangélica.

INFALIBIDADE

Todos os fiéis católicos crêem e apregoam que o papa é infalível, pelo menos é isso que aprendem nas aulas que recebem.

Um discurso cada vez mais enfático nas denominações neopentecostais fala sobre sermos submissos e jamais questionarmos uma autoridade. Isso é correto e bíblico, porém, inspira cuidados quanto à maneira como se faz uso disso. Submissão é uma coisa, idiotização é outra. Aprendi na escola que dúvidas são salutares e devemos sempre perguntar quando não entendermos para que a dúvida não se transforme em dívida. Cada caso um caso, é verdade, existem sim os rebeldes e os que são “do contra”, mas, nem todos. Tirar a contra-argumentação dá margens a divagações desnecessárias. Dizer que um contra-ponto ou discordância é sinal de rebeldia coloca em dúvida a obra de Lutero, porque, sem esses artifícios, até hoje, teríamos apenas uma única denominação.

Uma capacidade incomum e invejável é ler a Bíblia e compreender por completo todo o contexto, tanto de maneira literal como espiritual. Ou realmente os crentes estão em um nível altíssimo de discernimento ou simplesmente não meditam quando lêem, porque até mesmo o autor da Palavra tem o hábito de pesquisar, de investigar, uma vez que Ele esquadrinha os corações! Muitas vezes o novo convertido está com todo gás, cheio de fome por conhecimento e o que acontece? Por vezes recebe uma “resposta 3x4” que mina a sua motivação de procurar saber mais. Obrigado Senhor, porque comigo foi diferente! (Deus abençõe o, na época, diácono Francisco que pacientemente ouviu e respondeu a um verdadeiro tiroteio de “porquês” e argumentações lógicas de um pecador arrependido que só queria aprender um pouco mais...).

Infelizmente, dá menos trabalho ensinar a cartilha dos dogmas do que a doutrina bíblica e cristocêntrica. Mesmo não gostando, quem come carne, come legumes, porém, a complicação aparece quando não há nenhuma orientação a respeito. “Aqui é assim!” e pronto.

Encontramos aqui, mais um ponto em comum entre as denominações Romana e evangélica.


TEOLOGIA

Os próprios fiéis católicos afirmam que não há um incentivo à leitura da Palavra de Deus.

Nalgumas congregações, o incentivo existe, mas nem tanto ou apenas para determinadas partes. Toda vez que ouço “Pra que estudar o Apocalipse?”, a minha mente exclama: “Eu, palhaço. Deus, incompetente”. Sim, irmãos, não se escandalizem, porque de acordo com esta ótica, observe. Veja que falha absurda!!! Deus permitir que permanecessem na Bíblia textos inúteis que não servem para nada, nenhuma contribuição para sua vida cristã! (Meu Deus!).

Meu Deus! Que tipo de geração estamos formando? Uma geração que dança, que pula, que sabe tudo sobre “a visão” e nada sobre o cristianismo e a Palavra de Deus. Pessoas com certo tempo de caminhada, incapazes de contradizer uma Testemunha de Jeová, por exemplo. Pessoas que mal se dão ao trabalho de esquadrinhar a Bíblia para saber se o que ouvem está de acordo com o que Deus é e diz. Coam um mosquito, mas, engolem pregações com texto fora de contexto e interpretações mirabolantes feitas para encaixar os versículos naquilo que o homem quer transmitir. Incrível.

No passado, os padres queimavam Bíblias em praça pública. No presente, inúmeras denominações simplesmente aboliram a Escola Bíblia Dominical. Essa ruptura com as origens, sob a desculpa de que o modelo é ultrapassado e não funciona gera um profundo desconhecimento das pregações paulinas, base do Novo Testamento. Isto é reforçado, às vezes, quando surge a impressão de uma tentativa de se voltar à Lei e à aliança mosaica, época em que havia apenas um sacerdote e não uma geração de sacerdotes. Efeito colateral sabido é muita gente boa, dentro da igreja, caminhando “sem lenço e sem documento”, exposta às vãs doutrinas e sem conhecimento.

Sim, muitos homens de Deus se deixaram congelar pelas filosofias e pelos livros, tornaram-se doutores da lei pela força do próprio braço. Por outro lado, um sem número deles não se deixou fascinar pelo status do anel de formatura, nem pelos anos de estudo. Qual merece ser tomado como exemplo? Esta falta de moderação tem como conseqüência: jovens desinteressados pelo episcopado.

Encontramos aqui, um ponto em comum, entre as denominações Romana e evangélica.

LITURGIA / HIERARQUIA

Exceto as carismáticas, a maioria das reuniões católicas romanas seguem o mesmo padrão de missas: mesma homilia (mensagem), mesmas rezas, mesma duração, mesmas coisas sempre.

No lado dos evangélicos, cultos que sempre tem hora para começar e terminar religiosamente ou nunca tem, uma sempre prega no AT, outra sempre no novo, louvor com duas músicas agitadas no começo e duas mais calmas depois (pra lá, pra cá, levanta a mão, abaixa a mão, pega na mão do seu irmão, bate palma, fecha os olhos, o Senhor está aqui!!! – se não avisa, véio... talvez passava batido...), etc. etc. etc.

Nada contra a ordem um norte para organizar a reunião, porém, que diferença há entre nós e Roma quando a adoração espontânea toma conta do lugar e o líder da igreja pega o microfone e “Améééééém... amééééém... podeis assentar...”???? Se o Espírito é soberano, como eu posso estar pulando euforicamente num instante, no outro estar me quebrantando, no instante seguinte falar em línguas e logo em seguida calar e me sentar, tudo num espaço de 30 minutos mais ou menos? Aliás, só pra não deixar passar, aos que já foram naquele retiro (aquele)... na busca pelo Espírito Santo, vem um irmão e começa a pedir pra você repetir o que ele está falando. Tá de brincadeira?! Por isso a pessoa responde quando dizem “Fale em línguas agora!”, pois, ele não foi batizado, apenas decorou três sílabas desconexas e repetitivas.

Será que os evangélicos podem mesmo acusar os carismáticos romanos de imitação?

O orgulho da tradição, das posições, da hierarquia, o tapinha nas costas, o “Doutor” acrescentado antes do nome (mesmo sem ter doutorado em nada), as transferências inexplicáveis de um e de outro para tais e tais lugares, as ordenações pendentes a fatores meramente naturais, o “banco” ou disciplina de maneira parcial, pecado encoberto, tráfico de influência, acepção de pessoas, troca de cargos e outros. Marque a alternativa correta: a) retrato de algumas hierarquias evangélicas; b) retrato da hierarquia romana.

Encontramos aqui, mais um ponto em comum, entre as denominações Romana e evangélica.

SALVAÇÃO

O papa diz: “Não há salvação fora da igreja católica”. Algumas denominações evangélicas proclamam ter “A” revelação, serem “A” igreja dos nossos tempos...

Encontramos aqui, mais um ponto em comum, entre as denominações Romana e evangélica.



CONCLUSÃO

“Quem é esse cara pra falar isso tudo?”, você pergunta. Sou apenas um rapaz imperfeito lavador dos pés dos meus irmãos. Nada pessoal, nada de indiretas... apenas uma convocação para meditarmos e respondermos, Quem nós somos? No que nos transformamos? Complicado pra mim, irmão, ligar o rádio e ouvir pessoas que tem “pr” antes do nome dizer “Ei, você que está nessa denominação, saia enquanto é tempo!”. Voltamos à época dos Juízes e eu nem sabia. Juízes com espada na mão que apontam os neopentecostais como os causadores de todos os males com a sua teologia da prosperidade (fácil falar assim com seu carro do ano, seu emprego estável e seus filhos estudando na melhor escola. Você não tem cartinhas cinzas chegando pela fresta da porta, telefone cortado, esposa dizendo “Eu não casei pra isso”, ordem de despejo, criança doente a cada três meses, roupas velhas, salário só pra pagar contas, aperto, dores de cabeça, insônia, vizinhos que não acreditam no seu Deus porque sua vida não lembra Ele nem de longe, preocupação com as contas que atrapalham a oração, a leitura da Bíblia, sorriso amarelo na igreja, vergonha, sapato furado, depressão, baixa estima, dor). Juízes que cospem na história e dizem que a Doutrina da Graça (João Calvino) é do diabo. Juízes maus que manipulam ovelhas com sua Psicologia e que dão nome de “revelação” às suas próprias opiniões!

Quem nós somos? No que nos transformamos?

Eu falo a vós, jovens eleitos, que façam a diferença a partir de agora. Não temam o homem mau, apenas, cumpri o vosso chamado, o vosso chamado e não o dos outros. Se pregar palavra de vitória, amém. Se corrigir, amém. Se prosperidade, amém. Se profeta, amém. Não vista a armadura de Saul, se sois Davi. Faleis bem das denominações que criticam a vossa, dos tosquiadores de ovelhas que vos ferem com palavras. Oreis pelos inimigos do Reino e tendes comunhão com todos, com os da “Paz do Senhor”, amém, se com os de “Graça e Paz”, amém. Pregueis o evangelho do Reino. Buscai primeiro o Reino. Fazei o que for preciso pelo Reino!

Vamos todos pensar no que tem sido nossa vida, o que temos falado, para onde estamos indo. Do que vale uma guerra santa? Do que vale sermos os maiores e piores ao mesmo tempo? O que você realmente quer: que sua família vá para a sua igreja ou que ela se converta? Qual é o foco: fazer a vontade do Pai ou ter a razão?

Vamos nos reformar! Façamos uma nova reforma, segundo o conselho do apóstolo Tiago:

Cheguem perto de Deus, e ele chegará perto de vocês. Lavem as mãos, pecadores! Limpem o coração, hipócritas! Fiquem tristes, gritem e chorem. Mudem as suas risadas em choro e a sua alegria em tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os colocará numa posição de honra. Meus irmãos, não falem mal uns dos outros. Quem fala mal do seu irmão em Cristo ou o julga está falando mal da lei e julgando-a. Pois, se você julga a lei, então já não é uma pessoa que obedece à lei, mas é alguém que a julga. Deus é o único que faz as leis e o único juiz. Só ele pode salvar ou destruir. Quem você pensa que é, para julgar os outros?
(Tiago 4.8-12, BLH)


O Noivo está às portas e virá para um organismo vivo, não uma organização. Vamos nos ajudar mutuamente, celebrando a multiforme graça e mirando os bons exemplos. Graças a Deus, eles existem!

“Percebo que, nos meus vinte anos de observação no Reino de Deus, que pessoas e mestres têm dificuldade com o equilíbrio(...). Um mestre da Palavra de Deus tem a responsabilidade de se fazer entender de maneira sensata, para que os crentes de qualquer nível espiritual compreendam(... ). As pessoas carnais ouvem a mensagem com um “ouvido carnal”. Durante seu crescimento espiritual, elas podem ouvir a mesma mensagem de maneira completamente diferente do que ouviram na primeira vez. Isso não quer dizer que a mensagem estava errada, mas uma pouco mais de esclarecimentos poderia ter evitado que os “bebês” espirituais ficassem inseguros. A maioria dos mestres tem uma “tendência” própria em seus ensinamentos – o que é legítimo. Isso tem a ver com o chamado de Deus na vida deles. Alguns são chamados para exortar e manter os filhos de Deus animados, zelosos e perseverantes, outros podem ser chamados para ensinar a fé e outros, prosperidade. Há aqueles que são chamados para ensinar quase exclusivamente finanças. Muitos têm sido chamados para ensinar e ministrar a cura. Penso que quando as pessoas são chamadas para fazer alguma coisa, estão tão cheias do que Deus colocou nelas que, se não forem cuidadosas, podem ficar tendenciosas. Podem começar a agir como se o que estão fazendo fosse a ÚNICA COISA MAIS IMPORTANTE da Bíblia. Isso pode não ser intencional, mas novamente sinto que é nossa responsabilidade ter certeza de que estamos apresentando o material de forma equilibrada, lembrando que os “bebês em Cristo” só conhecem o que ministramos a eles, e nada mais (...). Os extremos são, na verdade, o playground do diabo”.
(Eu e Minha Boca Grande, Joyce Meyer, págs 16, 17, 18, grifo meu

Um comentário:

  1. Meuamigo. Sempre recebo suas msgs p ver seu blog. Quero usar o meu mas não consigo editar como o seu. vc poderia me ensinar? se qser entrar em contato : 11 3869-1609. tbm sou pensador como vc e tenho muito a compartilhar com as pessoas.

    valeu.

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