quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Se vivemos em novidade de vida, por que sempre pregamos as mesmas coisas?


Andando pelas ruas, eu avistei um cartaz que dizia o seguinte: a crise não é de azeite, é de vaso. Este é o lema de um congresso feminino a ser realizado neste mês em certa denominação e, independente da linguagem característica, cabe uma reflexão e tanto: existe uma crise no meio evangélico?

A resposta não parece difícil. Por onde começar é o exercício mais árduo. Evitando ser repetitivo, identifico uma crise pouco abordada e ela se encontra instalada nos púlpitos. Deixando de lado a teologia da prosperidade, observa-se a falta de criatividade dos diversos pregadores que possuem sempre a não menos famigerada "palavra de vitória para a sua vida". Afinal, quem não precisa de vitória,  não é mesmo? Seja um novato ou alguém mais experiente, o grosso das mensagens é preenchido com gritos, exclamações e toda sorte de incentivos. Se vivemos em novidade de vida, porque pregamos sempre as mesmas coisas?

Não me tire como um crítico de plantão. No início deste ano escrevi  2010: o Ano da Pertubação  em que destaquei a importância de uma renovação no conteúdo das tribunas. O marasmo surge como uma sequela do evangelho que dá certo (não sei para quem) composto pelo medo da discordância. Ser aceito e receber o aval do público tornou-se mais desejável do que cooperar para que a Palavra produza o seu resultado devido. Um cenário caricato, fútil e mesquinho, com velhos autoritários e jovens bons moços demais a fim de garantir os seus primeiros convites. Lá se vai mais um culto, cuja pregação foi morna, repetida e fraca. Se você acha que não é bem assim, refute as afirmações abaixo sobre o que mais se prega por aí:

Ezequiel 37: vale dos ossos secos. O vale representa a sua vida e assim como Deus fez com aqueles ossos, ELE fará com a área da tua vida que está morta e com o teu problema.

Daniel na cova dos leões ou na fornalha ardente: assim como Deus estava com ele ali naquela cova ou na fornalha, Deus está com você neste seu problema e vai te livrar.

1Sm 17: a armadura de Saul. Você não precisa da armadura de ninguém para vencer o seu gigante.

Neemias 1 e 2: assim como Neemias se levantou para reerguer os muros de Jerusalém você precisa se levantar para viver o milagre na sua vida.

Isaías 6: será que você também pode dizer nesta noite, eis-me aqui?

1Pe 2.9: geração eleita, sacerdócio santo etc...

Nos evangelhos, os dez mais: cego de Jericó, jovem rico, Zaqueu (esta é a passagem campeã disparadamente), a primeira multiplicação dos peixes, Jesus acalma a tempestade, a pesca maravilhosa, a filha de Jairo, a mulher samaritana, a mulher pecadora e a cura de uma mulher enferma.

É sério, existem outros capítulos além do trinta e sete, no livro de Ezequiel. Entenda, não se trata de tachar e olhar os pregadores com um olhar de crítico de cinema. Cabe repensar se Deus fala única e exclusivamente em tais passagens ou se, sempre, em todo o culto, ELE deseja falar somente através delas. Se for esta a direção, amém; vá e pregue quantas vezes forem necessárias. A própria Bíblia, porém, registra que toda ela é apta para ensinar, toda ela e não apenas certos trechos. Certamente, fui e sou edificado pelos citados acima, mas, sonho em um dia ouvir mensagens nos outros capítulos daqueles livros. Como é lindo o sermão da montanha! Como cria uma expectativa tremenda o sermão profético!

Se vivemos em novidade de vida por que pregamos sempre as mesmas coisas? Por quê? Não se intimide! Não faça de tudo em nome da permanência de suas ovelhas. Pregue a Palavra. Não é de hoje que alguns não podem suportar o duro discurso. Experimente ser franco e reflexo da multiforme graça! Popularidade passa,  elogios passam, a Palavra não. Ela não passará. 

Eu te desafio a se mexer.

Eu te desafio a se arrepender por usar o púlpito para interesses pessoais.
Eu te desafio a começar do zero. Odre novo. Vinho novo.

Maranata!

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